Salve a Amazônia.

janeiro 08, 2019 , 0 Comments

Oi!
Tem muito tempo desde que não escrevo aqui, embora tenha prometido pra vocês e pra mim mesmo que voltaria a escrever insaciavelmente. A postagem de hoje, tem uma perspectiva diferente das outras que postei por aqui, com exceção de uma, que retratou um pouco de uma realidade distante de alguns, de outros nem tanto, que foi a postagem sobre a arte indígena. Nesta postagem, retratei de um tema que era e é, ainda hoje, importante: a demarcação de terras indígenas.


Como alguns sabem, estou agora no meu segundo ano do curso de Engenharia Biotecnológica na faculdade de ciências e letras da UNESP, em Assis e como um estudante apaixonado de biologia não posso deixar de enfatizar que essa postagem é totalmente virada pra mesma. Sei que também pode parecer meio clichê, dos recursos que eu vou usar, das citações que vou fazer, mas infelizmente é isso que eu tenho da minha vivência como um homem branco, descendente dos ladrões de terras indígenas, tendo plena consciência disso, peço que se algo que eu disser nessa postagem magoe, ou esteja de alguma forma errado, que me corrijam, sem pudor.


É indubitável que a Amazônia é considerada o berço da diversidade da fauna e flora brasileira. O número de seres vivos por metro quadrado na mesma é algo que, mesmo depois de tantos anos, não pode ser estimado com total certeza. A Amazônia tem a maior biodiversidade no planeta inteiro, comparado às outras florestas tropicais. A mesma também possui uma área que, nos anos 2000, foi considerado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, como Patrimônio da Humanidade.
Eu poderia ficar a noite toda escrevendo e endeusando a mesma, mas hoje eu não tô aqui pra falar somente da beleza da mesma. Hoje quero mostrar pra vocês algo sério que vem acontecendo, usando das notícias mais chocantes porém mais realistas que temos sobre a nossa floresta e os habitantes originais desse país.
Desmatamento na Amazônia está para atingir limite irreversível, 22 fev. 2018.
Desmatamento da Amazônia atinge recorde em uma década, 24 nov. 2018.

Sim, você não leu errado. O desmatamento cresceu de forma incontrolável nesses últimos tempos, nos chamados 'períodos de crise' da política brasileira. Enquanto todos olhavam pra lava-jato, focavam em colocar Lula na cadeia, Temer deixava que o local fosse explorado, tapando os olhos, como se não assistisse a nada disso.
Bebê morto com tiro na cabeça é um cruel símbolo da situação dos povos indígenas no Brasil, 28 set. 2018.
Embora tenha sido pouco repercutido nas mídias televisivas, realmente aconteceu, pra infortúnio dos pais e familiares, por conta de ódio e raiva. O bebê chegou a ser levado para o hospital, mas chegou no local morto. Mas ele não foi o único, embora tenha sido um dos que mais foram discutidos na web.
Relatório Cimi: violência contra os povos indígenas no Brasil tem aumento sistêmico e contínuo, 27 set. 2018.
Plataforma Caci mapeia mais de mil assassinatos de indígenas nas últimas três décadas, 29 set. 2018.
Com os dados de 2017, foram registrados e mapeados 1.071 registros de assassinatos de indígenas, além de 128 casos de suicídio, 702 casos relacionados a mortalidade infantil e diversos casos de violações relacionadas ao direito de terra dos mesmos. Você pode ver tudo na íntegra pelos sites anexados em cada citação e observar diretamente na plataforma clicando aqui.
Desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses, diz instituto
"Floresta perdeu área que tem 13 vezes o tamanho de Belo Horizonte. Segundo Imazon, em ano eleitoral o controle é menor e a destruição acelera."
Vê como as pessoas são aproveitadoras? Aqueles que estão no poder, colocados por nós mesmos, afeta uma população de seres vivos que mal sabe do que se trata a política. A população de animais da floresta mal tem consciência do que é política.Você pode observar e pensar que a destruição se trata apenas das árvores que estão sendo desmatadas, mas quando se observa atentamente às listas de animais que são ameaçados, hoje, de extinção, na floresta tropical, nos damos conta de que, é uma destruição catastrófica.
Espécies morrem por envenenamento, poluição ambiental, depredação ambiental e pelo próprio desmatamento.
"A lista é constantemente atualizada pelo IBAMA e não para de crescer. Alguns animais figuram na lista há anos, um ou outro até chega a sair dela, mas não vale a comemoração: novos animais já entraram na lista em seu lugar." diz o site Cultura Mix. Você pode ler essa reportagem aqui, com alguns animais sendo citados e mostrados.


Esse é um dos principais motivos do qual eu faço hoje essa postagem. Mas não somente me atendo ao Jair Bolsonaro como um grande criador de todo esse ódio gratuito aos indígenas. O homem branco, desde muito tempo atrás tem a mesma ideia do eleito Presidente. Dos indígenas era tudo retirado: religião, terra, língua, cultura. Retirava-se a sua identidade para que se pudesse ser "aceito" na sociedade, embora isso nunca de fato ocorresse. A sociedade branca é dura, cheia de preconceitos, mesmo que a luta sobre as terras seja algo centenário, de 500 anos atrás, a diferença de acesso às tecnologias balísticas pode colocar em tudo isso, um fim trágico.

Não é um choro de um petista, não é um choro de uma minoria, é a realidade sendo dita, de uma vez por todas, por alguém que não faz parte dessa minoria, propriamente dita, mas passa por outros preconceitos que faz com que eu entenda 0.001% do que os indígenas passam todos os dias.
O que me deixa realmente abismado e magoado com a sociedade, é que um filme brasileiro, que mostrava tudo isso e teve tanto sucesso nos anos 2000, não foi capaz de colocar na mente de cada um que assistiu, de que a terra é algo sagrado pra população. Me refiro ao filme Tainá, que mostra uma jovem indiazinha que luta pela proteção do seu lar, a gigantesca floresta amazônica, onde ela tem de enfrentar homens maldosos que tentam por tudo derrubar cada pedaço de terra que estiver pela frente.

O ano de 2019 pode trazer diversas coisas pra aqueles que estão bem inseridos na sociedade, aqueles que não têm o com o que se preocupar todos os dias na rua, ou devidamente dizendo, as maiorias sociais. Porém para as minorias, 2019 e seus futuros três anos, traz a resistência. Coisas estão sendo cada vez mais proliferadas, o preconceito cresce cada vez mais pelos que não tem informação e a internet acaba trazendo cada vez mais o desserviço com as atuais fake news. Pra encerrar essa postagem, com o coração muito ferido e com esperanças de que alguém possa abrir os olhos com o que acabou de ler aqui, deixo uma música que nos traz um pouco de esperança de um mundo melhor; e uma cartilha que encontrei por acaso na internet, que nos expõe muito dos movimentos sociais que temos hoje no país.


Clique aqui para abrir a cartilha do GTPCEGDS

Jhony

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard. Google

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